terça-feira, 11 de março de 2014

Quelóide

Quando ocorre o fechamento de cicatriz, no nosso corpo começa um processo de refinamento e clareamento daquele local. Porque algumas pessoas têm uma cicatriz tão perfeita, quase imperceptível, e outras formam verdadeiros tumores na região afetada? A cicatrização tem três etapas distintas. A primeira é a fase Inflamatória com duração de alguns dias (em torno de quatro), a segunda é a Proliferativa, com duração de vinte dias (aproximadamente) e a última é a de Maturação que inicia no 21º dia, podendo durar meses. É na última fase que o processo de cicatrização vai se estabelecer como boa ou má cicatriz. A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem, enquanto há a maturação das fibras colágenas. Ocorre uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao rosa claro. No entanto, em algumas pessoas não ocorre a redução do colágeno e alguns fatores da segunda fase ainda continuam agindo, ocorrendo um aumento da cicatriz. Existe uma diferença entre cicatriz hipertrófica e queloide. Na cicatriz hipertrófica, a causa principal é a localização, normalmente em regiões de articulações ou onde existem muita tensão e movimento. Já o queloide não depende desses fatores externos, mas da tendência intrínseca de cada pessoa. A cicatriz hipertrófica é larga, mas não é muito alta. O queloide é alto e o seu limite pode ser vegetante (expandindo-se além do limite da cicatriz), com dor e prurido (coceira) no local. O melhor tratamento, como sempre, é a prevenção. Nas primeiras semanas depois da cirurgia, os curativos são primordiais para uma boa cicatriz. Em seguida, o uso de placa, gel ou spray de silicone inibem a proliferação de vasos no local, assim como a massagem com algumas substâncias, como o corticóide e a Rosa Mosqueta que também são muito úteis. O melhor corticóide indicado é a Triancinolona que, em casos mais graves, pode ser injetada pelo médico, com muito cuidado, no local, pois pode formar uma depressão se aplicado em demasia. Existe também uma forma de radioterapia para o tratamento do queloide, que é a Betaterapia. Esta deve ser feita até 48 horas depois da retirada da lesão, para que tenha uma boa ação. Os tratamentos podem ser somados e devem ser bem acompanhados pelo cirurgião, pois a persistência é o maior aliado no tratamento do queloide. Estudos com células-tronco oferecem perspectivas no tratamento e prevenção do queloide, que hoje é um dos maiores inimigos do cirurgião plástico.

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