segunda-feira, 7 de março de 2022

Flagelo Vermelho

 



 

 Esse flagelo vermelho que ceifa a vida. Essa besta flamejante que espuma veneno e exala enxofre. Esse demônio que é filho da Ambição com o Orgulho, a GUERRA. Criatura que participa da desleal batalha entre a vida e a morte. No entanto, curta é a sua desolada vitória em zona de ninguém. Seus louros são arames farpados com sangue de inocentes. Seus Campos Elíseos, pântanos enlameados de desilusão. A vida nunca se vinga, ela apenas se sobrepuja. E mesmo no mais ermo páramo, ela desabrocha. 

 A guerra entre o homem e o homem é insensata. É deleite para o mal, que assiste de camarote rounds de carnificina. Quando uma bomba cai sobre um hospital, sobre uma creche, ela cai na verdade sobre a esperança na humanidade. Homo sapiens ou Homo bélicos?

 A noite não traz sossego, apenas uma breve trégua de um amanhã incerto. Cidades caem em escombros, ruínas sem musgos, sem brilho. Pessoas fogem das suas ruas, dos seus bairros, estados, países. Mas, ir para onde? Se a bomba nos segue tão longe! Se a pomba não é páreo para o drone! Prenúncios apocalípticos aceleram e apertam nossos corações.  

 Palavras de nada valem se não temos o dedo no botão vermelho. A liberdade não é o mérito do livre-arbítrio, apenas a responsabilidade de levar nas costas o dever de fazer o bem e construir algo melhor. Porém, muitos não querem isso. Preferem ser marionetes de algum ditador. Palavras ao vento de um mundo surreal. Como queremos construir um universo virtual? Se mal cuidamos do nosso quintal?


Isaac Furtado

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