A concha falou para onda:
Leve-me para qualquer lugar. Confio em ti, nas suaves espumas das tuas franjas irei viajar.
E a onda disse:
Faço apenas o que o vento me pede. Às vezes, ele sussurra os destinos. Outras, na forma de tempestade grita forte, e eu o obedeço sem pestanejar.
A concha:
Nas areias da praia irei descansar. Até que algum dia, uma grande onda me leve de volta para o fundo do mar. Novamente, de algum molusco serei um lar.
E assim o dia passou. Passaram-se meses, anos de conversa à beira-mar. A concha rolando pra lá e pra cá, sob a espuma da onda que rapidamente se desfazia. Maré baixa, maré alta, indo e vindo na praia, com a areia lhe polindo, lhe fazendo companhia.
Isaac Furtado
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