terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Entrevista com Isaac Furtado sobre cirurgia plástica, arte e saúde.





Como surgiu o interesse pela cirurgia plástica?

Quando decidi fazer medicina já estava pensando na cirurgia plástica. Como artista plástico me agrada muito a ideia de construir o belo.

A quê o senhor atribui o sucesso e o respeito da sociedade com o seu trabalho?
Acredito que a dedicação, a habilidade manual e a seriedade são fundamentais.

Quais as principais dificuldades encontradas desde sua formação até hoje no âmbito profissional?
Entender que existem limitações em alguns resultados. Pois, conforme diz o Prof. Ivo Pitanguy “ o cirurgião, diferentemente do artista plástico, é escravo da anatomia.”

De que maneira avalia o atual mercado de cirurgias plásticas? O senhor acha que a excessiva popularização do segmento é um risco à área?A popularização da cirurgia plástica é consequência dos bons resultados. Já o mercado atual está muito modificado por práticas antiéticas de alguns cirurgiões ( como exposição de fotos de pacientes e muita autopromoção, o que é proibido pelo Conselho Federal de Medicina).

Profissionalmente falando, quais os próximos passos na sua carreira médica?

Esse ano estou completando 20 anos de cirurgia plástica. E ano que vem pretendo construir uma clínica, com uma equipe integrada em prol do bem estar e da beleza.

Se tivesse que arriscar uma resposta, como o senhor acha que estará o mercado de cirurgia plástica daqui a 10 anos? Alguma revolução poderá ser vista em 2025?Como pessoa, qual sua expectativa para a próxima década?A cirurgia estética é um mercado para poucos, e os resultados são lentos. É como o mercado de luxo, acredito que em 10 anos vai melhorar. Acredito que vai surgir muita coisa boa para cicatrização, decorrente de manipulação genética e nanotecnologia. Com relação as técnicas cirúrgicas apenas alguns aperfeiçoamentos e cicatrizes menores.

Parte considerável da classe médica critica de forma veemente o programa “Mais Médicos”. Qual sua avaliação sobre o tema?O médico tem que ter uma boa formação e muitas universidades não oferecem isso. Estando formado, todos procuram um bom salário e condições de trabalho razoáveis. Muitos locais do programa Mais Médicos não oferecem isso. Hoje, a maioria dos brasileiros inscritos no primeiro ano já abandonaram o programa. É uma ajuda muita paliativa.

Qual sua sugestão para uma melhoria do funcionamento da saúde pública no País?
Mais educação e menos corrupção.



O senhor integra o seleto grupo de médicos que estudaram com o professor Ivo Pitanguy. Como define a importância dele em sua carreira?
Não sei como teria sido minha formação e se eu não tivesse participado dessa escola. A filosofia do Professor Pitanguy foi um marco na minha carreira.


Sobre sua veia artística, como teve início?
Desde criança já venho pintando. É um dom que sempre me acompanhou e me ajuda na cirurgia plástica na avaliação de simetria, harmonia e proporção.


Quais artistas mais influenciaram na sua forma de se expressar?
Artistas locais eu citaria: Descartes Gadelha e Antônio Bandeira. Internacionais são muitos! Dos renascentistas, barrocos e impressionistas.


Qual o planejamento a médio prazo para sua carreira artística?
Todo ano faço uma exposição. Além dos livros de poesia. Agora como membro da Academia Cearense de Médicos Escritores, sinto-me na obrigação de divulgar mais ainda nossa cultura.


Como o senhor cuida do corpo, da saúde e da aparência? É um homem vaidoso?
Tudo na medida certa. Mantenho meu peso há mais de 15 anos. Faço atividades aeróbicas, como caminhadas e os Ritos Tibetanos, que oferecem um excelente alongamento e meditação. Vivo na “fogueira das vaidades”, mas procuro não me queimar. A vaidade tem seu ponto de equilíbrio.


De que maneira administra o tempo entre o trabalho e a família?
Faço muitas coisas durante o dia, entre cirurgias, consultório, artes visuais, literatura e família. A ordem dessas atividades altera muito.


Qual seu tipo de música preferida?
Gosto muito de jazz e bossa nova.


O que curte fazer nas horas vagas?
Tomar um bom vinho harmonizado com a gastronomia. Claro, na companhia da minha mulher.


Para finalizar, se pudesse mudar algo no mundo, o que seria?
A solução para tudo está no autoconhecimento, que alcançado através da cultura e da aceitação da nossa impermanência. Temos que aproveitar cada momento, pois, como dizia Horácio: “Carpe diem!”

Entrevista para Coluna Frisson: http://cnews.com.br/frisson/entretenimento/92752/isaac_furtado



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