segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Planejamento das Cirurgias Plásticas no paciente Ex-obeso

A cirurgia plástica no Ex-obeso é hoje uma nova categoria dentro da especialidade. São cirurgias que envolvem um cuidado redobrado, tanto na parte clínica (com atenção para anemia), como na parte cirúrgica (pelo risco aumentado de hematomas e deiscências das suturas). Elas são feitas em praticamente todas as regiões do corpo, devido à quantidade de pele que sobra após a grande redução ponderal. Na face: a Ritidoplastia (lift), e a Blefaroplastia (pálpebras); no corpo: Mastopexia com prótese de mama, Abdominoplastia (normal, em Âncora, ou Circunferencial, quando necessário), Flancoplastia, Gluteoplastia, Lift de braços e de coxas, e Toracoplastia. Quando os cirurgiões plásticos começaram a fazer estas cirurgias, não havia ainda uma padronização, ou adaptação para estes pacientes ex-obesos. Muitas complicações eram devido aos grandes descolamentos, que hoje, sabemos serem desnecessários. Grandes transformações foram feitas para melhorar o tratamento destes pacientes. As primeiras Gastroplastias eram abertas, com grandes incisões medianas acima do umbigo. Logo, no tratamento do abdome as incisões medianas eram feitas com mais frequência. Hoje, com as cirurgias por vídeo, as pequenas incisões resultantes nos fazem optar por outro tipo de abdominoplastia, a circunferencial. No entanto, o abdome é apenas um capítulo à parte dos pacientes ex-obesos. Temos que ver o todo, avaliando sempre o lado psicológico destes pacientes, e planejar muito bem a sequência e a associação das cirurgias a serem feitas. Optamos por fazer uma divisão do corpo em quatro partes: 1- face e pescoço; 2- mama, tórax e braços; 3- abdome e dorso; e 4- coxas e pernas. Desta maneira, com quatro cirurgias podemos tratar todas as regiões, quando indicadas, ou necessárias. A ordem delas pode ser optada pelo paciente, sendo, normalmente, aquela região que mais o incomoda, a primeira. A parte 1 é mais acometida em pacientes acima dos quarenta anos, com flacidez no terço médio e inferior da face, e principalmente, no pescoço. O tratamento para estes casos é a Ritidoplastia (ou Lift facial), com preenchimentos faciais posteriormente. A parte 2 é bem extensa, e pode ser necessária uma cirurgia mais ampla, a Toracobraquio-mamoplastia, normalmente com colocação de próteses de mamas. Onde são tratados os braços, a lateral do tórax, e a ptose mamária (presente em praticamente 100% dos casos). A parte 3 é tratada com a Abdominoplastia, que muitas vezes tem uma cicatriz estendida posteriormente, para tratamento dos flancos e dorso (a Abdominoplastia circunferencial), o abdome em Âncora, com cicatriz mediana é deixado para casos mais extremos. Em alguns casos, pode ser utilizado o excesso de tecido lateral dos flancos como retalho para preenchimento da região glútea. A parte 4, normalmente, é a última a ser feita, com a retirada da flacidez das coxas, com a Cruroplastia, ou Lift crural. Com uma cicatriz que desce pela região inguinal, coxa interna, até no joelho. Todas as cirurgias realizadas nestes pacientes têm como objetivo aumentar sua auto-estima. Mesmo com muitas cicatrizes, o tratamento retira os últimos estigmas da obesidade extrema, ao eliminar o grande excesso de pele. Matéria publicada no Jornal Gazeta do Centro-Oeste

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