quinta-feira, 24 de julho de 2014

Nariz, beleza e função

O nariz é o traço mais marcante da nossa identidade, a estrutura anatômica mais representativa da nossa face. Na fisiologia do nariz, basicamente a sua função primordial, é a respiração, por onde inspiramos, e o ar passa, sendo filtrado pelos pequenos pelos das narinas, aquecido e umidificado pelos cornetos, até chegar aos pulmões. Temos os Otorinolaringologistas para operar a parte funcional do nariz, alguns até aventuram-se em fazer cirurgias de Rinoplastia, mas nada supera a formação da cirurgia plástica na abordagem estética do nariz.
As cirurgias reparadoras no nariz já eram feitas há muitos séculos. Na antiguidade, na Índia e no Egito, havia um costume de amputar este órgão de inimigos e delinquentes deixando sequelas dramáticas. Um médico chamado Susrutha realizava reconstrução com retalhos de pele da região frontal da face (conhecido como Retalho Indiano). No Renascimento, na Itália, técnicas de reconstrução nasal com retalhos braquiais, eram feitas por Tagliacozzi, um anatomista de Bolonha, que divulgou a técnica para o mundo. No entanto, apenas no início do século XX a cirurgia estética teve sua origem, e como precursor, o cirurgião alemão Joseph deixou uma técnica e instrumentais cirúrgicos que são utilizados até hoje, com cicatrizes internas. Durante décadas o conceito mais empregado foi o de redução nasal, onde eram tratadas as estruturas ósseas com fratura, e as estruturas de cartilagem eram retiradas e reduzidas. O resultado ainda era insatisfatório, pois deixava estigmas, com restrições na respiração em alguns casos. O conceito de Rinoplastia de adição surgiu após, muitas vezes utilizado na correção de cirurgias anteriores. Muitos enxertos eram utilizados, para elevar e definir melhor a ponta nasal. A técnica aberta de nariz (com pequena cicatriz abaixo, na columela) foi desenvolvida no final do século XX, sendo aprimorada, e hoje apresenta excelentes resultados na Rinoplastia. O conceito atual é de Rinoplastia Estruturada, onde o equilíbrio entre o que é retirado e o adicionado determina uma estrutura forte, funcional e maleável. O mais importante na avaliação do nariz é observar a harmonia e a proporção deste com a face. O que pode ser feito com o estudo da Perfiloplastia, onde ângulos e medidas fixas da face e do nariz são avaliados entre si. No entanto, a visão artística e global do cirurgião é de fundamental importância para que haja um resultado natural e previsível da Rinoplastia. Devemos respeitar inicialmente, a vontade do paciente, ouvindo sua queixa (qual é o local que mais lhe incomoda) fazendo uma cirurgia dentro dos limites da naturalidade. Outro aspecto importante, é esclarecer o que será feito e indicar os locais das cicatrizes (que são muito imperceptíveis). Finalmente, explicar que o resultado é lento, devido o edema (inchaço), até um ano pós-operatório existem mudanças discretas. Informando sobre as limitações da técnica, conforme o tipo de pele, ou as assimetrias acentuadas. Toda cirurgia pode ficar boa, ótima, ou pode ser necessária uma nova intervenção, mas, principalmente, que não existe a perfeição. A Rinoplastia é indiscutivelmente a cirurgia que exige melhor domínio da técnica e maior olhar artístico do cirurgião. Este fulcro situado no centro da nossa face, pode ser grande ou pequeno, árabe ou de boneca, mas sempre será uma pequena porção da nossa personalidade.

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