POETA IMORTAL
O poema era sujo, mas belo e vivo,
ontem e hoje altivo. Um poema nunca morre,
apenas nasce. Pois os seus versos são filhos eternos.
Morrem os secos de espírito, os que nascem velhos.
O poema era sujo porque falava de sexo, de cheiros,
e de nomes esquecidos. Mas, um poema sempre vive
na noite marginal, ou na lembrança da terra natal.
Morrem os becos devorados pela cidade.
O poema era sujo, mas pura verdade.
Verdade, assim como amanhã haverá uma emoção,
uma ressaca, um novo amor, e uma desilusão.
Morrem os loucos, os ideais... a loucura jamais.
Isaac Furtado
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