Dormindo sobre uma tumba sepulcral,
ele a todos controla. De braços cruzados
e respiração compassada, observa.
Apenas, observa …
Os dias agitados e as longas noites insones,
As horas atropeladas e os minutos perdidos.
A vida do rebento e os derradeiros suspiros.
Mexer com o tempo ainda nos falta.
Acordá-lo do seu eterno meditar.
Suplicar por mais alguns segundos.
E assim, tudo segue o seu curso.
O rio de Heráclito, o espaço de Einstein,
e as dimensões curvas de Hawking.
Todos desejam seus segredos.
Chronos, passa a mão na longa barba
de crespos fios brancos e amarelados,
onde se esconde uma boca voraz.
Encostado em pálida lápide,
ele descansa. A tempos suas asas
de arcanjo maior não crispam no céu.
Pois, inimigos não existem mais.
A nós, resta somente admirá-lo.
Tecer versos de sua silenciosa epopeia,
sermos seus súditos impermanentes.
Isaac Furtado
Arte Digital de Isaac Furtado
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